Uma aulinha rápida e básica de mecânica para leigos. Você já deve ter ouvido falar em alternador, né? Não sou mecânico, mas pelo que vivencio é uma das principais peças de um carro. É ela quem conduz energia do motor para a bateria, fazendo com que o veículo tenha força para andar por aí. Quando o alternador falha a bateria não é recarregada e, em questão de horas, o carro para. Ficamos na mão.
Agora, uma aulinha rápida e básica de vida. Nos relacionamos todos os dias e a maior parte do nosso tempo com pessoas. Amigos, pais, parentes, colegas de trabalho e estudo, namorado, esposa, doméstica, cliente, vendedor de loja, atendente do restaurante, uffa, e segue o baile. É uma troca constante de informações, deveres, direitos, obrigações, favores, serviços, atenções e, é claro, gentileza. O ser humano precisa do outro para conviver bem em sociedade. A vida é uma via de duas mãos: uma que vai e outra que vem. Eu faço o bem para ti e espero que pelo menos me respeite. Mais ou menos isso.
Sou um cara que me considero cheio de energia. Coloco todas as minhas fichas no que estou fazendo. Sabe àquela pessoa articulada, que tenta resolver tudo para que todos fiquem satisfeitos, para que o A e B ganhem e que a felicidade impere, mesmo que “a pessoa” tenha um pouco – ou muito - mais desgaste do que os outros? Que faz mais do que deveria para que “àquilo” em questão saia um sucesso? Muito prazer, Adriano Cescani. O que ele, ops, eu me esqueço é que quando se dá muito e não se tem o retorno desejado, a energia acaba!
Hum...Cheguei onde queria. Também temos o "nosso" alternador, como os automóveis. Gastamos energias todos os dias e é importante que ela volte para nós. Como? Através de uma boa relação entre familiares, no trabalho, no amor e na amizade. Quando um das partes gasta muita energia e a outra nem tanto assim, a ponto de, muitas vezes, acharmos que não adiantou de nada o esforço, acontece o inevitável: a “nossa” bateria vai pro beleléu. E não adianta empurrar que não pegamos no tranco.
A diferença entre o nós e o automóvel é que não ficamos estacionados esperando socorro. Acordamos, andamos, comemos,trabalhamos, estudamos, mesmo que de maneira lenta. Eu diria que acionamos o
stand by. Como nos aparelhos eletrônicos, estamos ligados sem gastar muita energia.
Recentemente fiquei assim, no modo de espera. Gastei muita energia onde não devia e o meu “alternador” falhou. Pessoas, situações e fatos me chatearam. Cheguei num ponto que cansei de dar o meu melhor para o
resultado ser o pior. Cansei de querer ser o bom e sair como o mau. Até duvidei que o certo para mim já estava errado. Mas tudo por causa do meu próximo que não entendeu a parte que a vida é uma via de duas mãos: uma que vai e outra que vem. Um faz e o outro colabora. Fui sugado por um tornado de fatalidades.
O lado bom de se estar no stand by é fazer o arroz com feijão, sem se incomodar. Faço as minhas coisas – profissionais e pessoais – da maneira correta, nem mais nem menos. Mesmo acreditando que TODO MUNDO deveria dar um pouco mais de si para FAZER um mundo melhor para todos.
É! Stand by significa estar recuperando a esperança no próximo, aos poucos. Tenho certeza que em breve a vida arruma o meu “alternador” e voltarei a funcionar normalmente, com a bateria 100% recarregada.
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