Esses dias eu estava em casa de bobeira e passou na
televisão o filme Crash – No Limite. Decidi assistir novamente, mesmo contrariando
a minha filosofia de vida que é não assistir duas vezes a mesma coisa. Tenho
que confessar que foi uma segunda porrada no meu estômago. A primeira eu tomei
na estreia dele no cinema. A trama é o retrato da vida real. Ok! Eu seu que é
clichê, mas acho importante tocar no assunto de novo – aliás, quantas vezes
forem necessárias como forma de “te liga”. De fato, nós somos os personagens. Isso
mesmo! Eu, você, meu pai, tua mãe, meu irmão, teu avô e todo e qualquer cidadão
do PLANETA está naquele roteiro.
Vivemos num mundo doente. Uia! É forte, né? Mas é verdade.
Somos vítimas. Somos vilões. Somos vítimas de uma sociedade injusta. Somos
vilões porque a sociedade nos faz assim. Somos vítimas de preconceito,
discriminação social, corrupção, descaso, abandono e pressão de todos os lados.
Somos vilões por fazermos parte do preconceito, da discriminação social, de
aceitarmos a corrupção, o descaso, o abandono e a pressão vinda de todos os
lados. O que quero dizer é que vivemos,
todos os dias, no limite. No limite da paciência, no limite da ignorância, no
limite do que pudemos suportar e aceitar. Crahs retrata isso! Vidas que
extrapolam a linha do “agüentei até aqui”! O resultado é o conhecido:
violência, medo, desespero e perda da razão.
Nosso dia-dia não é diferente. É o motorista da frente que
freia sem o devido cuidado. É a burocracia do plano de saúde. É a falta de
médico para quem não tem plano de saúde. É o banco que come o teu dinheiro como
um tubarão esfomeado. É o mal-caratismo do colega de trabalho que quer te
derrubar. É o político que tu escolhe para te representar e que tira vantagem
do dinheiro público (que é teu). É o menor que bate a tua carteira. É a
administradora do condomínio que nem para àquele lugar te manda – e não
conserta o que precisa ser arrumado. É o frentista que completa o tanque do automóvel com
gasolina batizada. Daí, quando menos se espera, BOOOMMMM! Explodimos! De
vítimas passamos para vilões em dois toques.
Os atos errados não se justificam. Mas não podemos ser
hipócritas a ponto de não aceitarmos que os atos errados se explicam. A partir
do filme, acho que passei a ter um novo entendimento sobre as pessoas. Quando o
motorista me cortar no trânsito, ele pode ser barbeiro, mas pode estar com a mãe morrendo sem atendimento em um
hospital e, por isso, meio desnorteado. Quando o caixa do
supermercado for grosseiro e estiver de má vontade, pode ser que ele pode ser
mal-educado, mas pode ser que ele não tenha dinheiro para pagar o aluguel do
mês. Quando o garçom te atender mal na pizzaria, ele pode ser despreparado, mas
pode ter sido vítima de preconceito horas antes. Os vilões, podem ser, as
grandes vítimas. Vá saber!
Estamos interligados. A minha vida está conectada com a tua.
E vice-versa. Seja de uma forma ou de outra. Por isso, eu sei que é difícil, mas
o teu problema não é meu. Nem o meu é teu. No entanto: ambos somos culpados pelos nossos problemas.
Ajudamos a adoecer o mundo que vivemos. Mas o remédio está em nós mesmos: na solidariedade,
no respeito mútuo e na vontade de fazer um planeta melhor.
Uma das cenas mais impactantes do filme para mim. Bom, impossível contá-la em uma linha. Aconselho locar o filme e descobrir
Olha eu aqui, como sempre!!kk
ResponderExcluirLimite: Até onde iriamos para ser o que nem nós mesmos sabemos??
enquanto não temos respostas concretas, devemos ter a paciência para que a vida faça o resto (já que não conseguimos controlar o tempo, mundo e as pessoas).Mas acho que o segredo é então organizar nossos pensamentos,é como por exemplo tentar ver o outro lado da coisa, pois como diz Stephen Covey: O que pode mudar seu pensamento pode mudar seu destino.”(essa frase diz para mim, se você não pensar em correr atrás do que quer, não ira conseguir ou seja não terá limites a enfrentar e se você ficar pensando coisas sobre pessoas, não sabera quem elas realmente são.) por isso é que devemos enfrenta-los, pois assim descobriremos quem realmente somos, e para onde vamos!!!!bjuu
Bah querida! Muito obrigado pela contribuição. Fantástico o que tu escrevestes. É isso mesmo: "o que pode mudar seu pensamento, pode mudar o seu destino". beijos
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