sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Desafios do autismo no mercado de trabalho

O mercado de trabalho ainda é um desafio para pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), definido por déficits na comunicação e interação social em múltiplos contextos, interesses fixos e comportamentos repetitivos e estereotipados. Apesar de a inserção no ambiente corporativo ser garantida pela Lei 12.764, de 2012, também conhecida como Lei Berenice Piana, que abriu as portas para o reconhecimento do Autismo dentro do rol das demais deficiências, pouco se vê na prática. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 85% dos brasileiros com TEA estão desempregados.

Foto 01 Andrey da Silva_crédito Wellington 


O jovem Andrey Carlson Maciel da Silva, de 19 anos, de Canoas, recebeu uma oportunidade e está fora desta estatística. Autista de Nível 1 de Suporte, diagnosticado aos seis anos de idade, hoje trabalha como recepcionista do Instituto Meiriane Azeredo - Centro Clínico e Educacional de Psicologia, especializado em TEA. “Eu me sinto muito bem, sinto que estou me desenvolvendo e ampliando meus conhecimentos, todos aqui são incríveis, aqui é uma empresa inclusiva!”, afirma Andrey.

A vida adulta de pessoas com Autismo é algo que deve ser considerado, do ponto de vista de sua inserção social, também por meio de oportunidades profissionais. “Os avanços em terapias e na oferta de serviços de suporte permitem a inclusão deste público no mercado de trabalho, o que influencia na qualidade de vida e possibilita que as pessoas com TEA exponham e desenvolvam habilidades já adquiridas”, afirma Meiriane Azeredo, psicóloga especialista em Análise do Comportamento Aplicada ao Transtorno do Espectro Autista e Diretora do Instituto.

Estudante universitário de História, Andrey percebe que a maioria das empresas não sabem muito sobre o Autismo e que procurar trabalho é três vezes mais complicado. “Diversos locais não têm a devida acessibilidade. Eu fico muito feliz de ver nos meus dois primeiros trabalhos serem inclusivos, o triste é que várias empresas não são, muitas não conhecem nenhum artigo sobre a Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência), infelizmente muitas não querem nem saber”, diz Andrey. Salienta-se que, o indivíduo TEA mesmo sendo inserido e recebendo tratamento adequado, ainda sofre com barreiras devido às manifestações características do autismo. Entre as dificuldades está o preconceito dos empregadores. Outro problema é a percepção exacerbada de inconveniências e potenciais incorridos na hora da contratação. Além da estigmatização, a falta de vagas de boa qualidade ou empregos sub-remunerados, com menos carga horária e sem possibilidade de crescimento, desestimula o ingresso ao mercado de trabalho das pessoas com TEA.

A Terapia ABA, sigla que vem da língua inglesa que significa Applied Behavior Analysis, citada no português como Análise do Comportamento Aplicada, é um tratamento eficaz, considerado como um tratamento padrão ouro no TEA. “A ABA procura diminuir as barreiras comportamentais apresentadas no TEA em ambientes naturais. O objetivo, então, é ampliar o repertório comportamental significativo, os quais são relevantes e diminuir aqueles comportamentos que são prejudiciais ou que estão afetando negativamente o processo de aprendizagem. Visa aumentar a qualidade de vida dos indivíduos com TEA e de suas famílias”, esclarece Meiriane (FOTO AO LADO).

Sobre o futuro profissional, Andrey é otimista. “Tenho expectativas positivas, claro que tenho minhas preocupações, principalmente, pois sei que existem muitos desafios, mas eles são feitos para serem superados. Quero aprofundar cada vez mais no meu curso que abre portas para me tornar professor ou historiador, e desejo também em aprender inglês e mandarim”, diz. E para os empregadores, Andrey faz uma apelo. “Aprender sobre o Autismo não é somente para o trabalho, é para a vida, para um mundo com menos preconceito, mais livre e com mais amor”, conclui.


Sobre o Instituto Meiriane Azeredo
Criado em 2018, o Instituto Meiriane Azeredo é hoje uma das referências no Estado em tratamentos do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), recebendo pacientes de todo o Estado, principalmente de Porto Alegre, Região Metropolitana e Serra Gaúcha. O local trabalha com Intervenção Comportamental (Terapia ABA), Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) e Terapia Assistida com Animais. A missão é prestar atendimento de qualidade para todo o Estado e Brasil, além de acolher e promover saúde mental para as diversas famílias atendidas, atravessadas por Transtornos do Desenvolvimento. Disseminar conhecimento a fim de profissionalizar pessoas para atender crianças.

Além do atendimento clínico, o IMA busca atuar amplamente na área educacional, através de palestras, workshops, cursos de extensão e futuramente uma Pós-graduação. Hoje, o carro-chefe é o curso para capacitação de aplicadores para a Análise do Comportamento Aplicada - Terapia ABA, sigla que vem da língua inglesa (Applied Behavior Analysis). A Ciência do Comportamento busca proporcionar melhor qualidade de vida e diminuir os déficits apresentados pelos indivíduos com autismo. O objetivo, então, é ampliar o repertório comportamental significativo e diminuir aqueles comportamentos que são prejudiciais ou que estão afetando negativamente o processo de aprendizagem. Visa melhorar a qualidade de vida dos indivíduos com autismo e de suas famílias.

Meiriane Azeredo é especialista em Análise do Comportamento Aplicada ao Transtorno do Espectro Autista e Transtornos do Desenvolvimento pelo Centro de Ciências do Comportamento Paradigma. Possui, também, Especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental e Terapia do Esquema. Atualmente, Meiriane faz Mestrado em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento na PUC-SP. O Instituto também oferece cursos educacionais para profissionais da área.

SERVIÇO:
Instituto Meiriane Azeredo - Centro Clínico e Educacional de Psicologia
Rua Doutor Barcelos, número 770, em Canoas
Telefone: 51.3059-7837 / WhatsApp: 51.8910-4001
Siga nas redes: @instituto.meiriane

 

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