sexta-feira, 19 de maio de 2017

o descontrole do whats

por adriano cescani

Hoje vou fazer uma reflexão sobre o whatsapp, essa ferramenta de comunicação tão importante nos dias de hoje. Através desse aplicativo, escrevemos recados, conversamos textualmente, enviamos fotos, vídeos e áudio, gratuitamente, para qualquer pessoa, independente de onde ela esteja. E 24 horas por dia. É uma mão na roda, pois as relações ficaram muito ágeis, não é mesmo?

O problema é que a maioria dos usuários acha que o whatsapp é um território livre. Horários, dias, nem ninguém são respeitados. Eu, por exemplo, sou incluído, sem minha autorização, em grupos. O que é uma deselegância total. Mesmo que seja convidado para participar de um, com objetivo específico, logo, o local vira fórum para envio de cards com mensagens diversas, links de notícias polêmicas, futebol, política, golpes, etc. Uma chatura, cá entre nós.

Tem gente que envia, às 5h30min da manhã, um “bom dia”. Às 23h59min, dá uma “boa noite”. Há quem queira falar de trabalho às 12h30min – hora de almoço. Ou resolver alguma pendência de trabalho num domingo. Na linha “ele está sempre com o celular e vai ver”. Só que não funciona assim.  

É bem verdade que as relações profissionais mudaram. O mundo moderno exige, se temos que concordar, uma atenção especial para o que se está fazendo. Agora, bom senso é indispensável na vida.

O “whatsapp” é o número de celular privado da pessoa. Você, leitor, sabe a hora que vou dormir ou que me levanto? Por que receber uma mensagem “fofinha” às 6h se acordo às 7h? Posso almoçar, tranquilamente, sem ser perturbado? Ou ter um final de semana tranqüilo, sem ser acionado para assuntos que podem ser tratados em horários de expediente?

Antes que se pergunte, eu silencio os grupos, baixo o volume do celular e, agora, silencio pessoas. Fala sério: preciso trabalhar, focar no que estou fazendo e resolver minha vida. Sim. Tenho vida pessoal e adoro que me respeitem.  

Exceções existem e fazem parte do jogo. O que não podemos permitir é que nos tornemos pessoas dependentes da tecnologia. Ao invés de enviar 450 mensagens de auto-ajuda no início de madrugada para uma dezena de amigos, quem sabe você começa a fazer algo de útil como uma caminhada, uma meditação ou tomar um bom café da manhã? Não envie vídeos para os seus contatos antes de dormir. Vá ler um bom livro, ver um filme ou orar.

Quem se enquadra como um “usuário sem controle” não percebe o quanto desgasta uma relação. Dá uma ideia de descontrole. Não seja uma pessoa incômoda e impessoal do aplicativo. Às vezes, é bom ligar para a pessoa ou enviar uma mensagem direta, querendo saber como ela está. Será bem mais legal.


Infelizmente, não podemos bloquear alguns contatos. Também não podemos dizer o quanto estão sendo chatos. Mas podemos nos policiar e tentar tornar as relações mais pessoais, menos desgastantes e mais úteis.  E isso que nem entrei nos méritos do uso do zap-zap quando estamos num grupo de amigos. Isso é outro papo. 

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