quinta-feira, 7 de abril de 2016

#PartiuVidaNova?

Cada um de nós conhece alguém que foi tentar a vida em outra cidade, estado ou país, não é mesmo? Eu, por exemplo, tenho vários amigos e conhecidos que partiram, faz tempo, e não voltaram - nem sei se retornam ainda. Meu irmão, também, teve essa experiência, mas já regressou depois de alguns anos morando e trabalhando na capital do Brasil.

Não é difícil ler depoimentos de quanto é libertador essa vivência fora do ninho e como nos tornamos mais “adultos”. Tais relatos, por vezes, caem como uma bomba em quem optou fixar raízes na terra natal. Surge um enorme ponto de interrogação na já confusa cabecinha. E eu me incluo nesta turma. Será que deveríamos fazer como os pássaros, alçar vôos mais distantes e fazer uma morada num lugar diferente?

Com minhas amigas de colégio Débora e Cibele
Ultrapassar os limites das divisas ou fronteiras e deixar pra trás familiares, amigos e a nossa história em busca de grana ou realização profissional é admirável. E invejável confesso.  E até influenciador, em casos específicos. Quem nunca pensou, depois de uma conversa ou leitura sobre o tema jogar tudo pro alto e dizer: #partiunovavida?

Eu mesmo já tive essa vontade. Foi bem rapidinha, aqui entre nós. Oportunidade, inclusive, já surgiu pra mim. No entanto, achei o preço de largar tudo muito alto pra correr atrás de uns pilas a mais, uma carreira e uma vida que talvez nem fosse a minha tão sonhada vida.

Alguns falam, como se fôssemos desprovidos de coragem: arrisca pra ser feliz. E eu respondo: quem disse que não sou feliz onde estou?

Com minha mãe, avó e pai
Pra mim, pegar praia em Ipanema, no Rio de Janeiro, todos os finais de semana, não se equipara aos almoços de família nos domingos. As noites agitadas de São Paulo não são mais cool que uma pedalada pela Orla do Guaíba. Os dias nublados de Londres, embora charmosos, não se comparam a um encontro com amigos de infância numa tarde de sábado no Moinhos de Vento. Acompanhar o envelhecimento de quem amamos é algo que morar na Austrália jamais dará. Assim como, ver o teu afilhado nascer e crescer é, indiscutivelmente, melhor que a ruas agitadas de Nova Iorque.

Não há quem sinta falta de um colo de mãe, de um conselho do pai, de um abraço carinhoso da avó, dos encontros saudosistas com quem crescemos. Viajar é ótimo. Estudar fora, por um período, é bacana. Agora, viver num lugar novo, trabalhando em lugares novos, fazer amizades novas - e que fariam às vezes de pai e mãe - para mim nunca me deslumbrou. Pelo contrário, ser alguém na minha terra sempre me provocou mais interesse, mesmo sendo, às vezes, mais árduo o caminho. Além disso, a vida já me dá, todos os dias, oportunidades para ser melhor, para me fazer uma pessoa melhor, para amadurecer.

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