quinta-feira, 21 de julho de 2011

comer, rezar, (quem sabe) amar

Escrever e cozinhar são os meus novos passatempos prediletos. É importante dizer que preparar um almoço, entre o expediente de trabalho e uma reunião de negócios, não é bem um hobby. É uma necessidade prazerosa, saudável e econômica. Descobri na gastronomia um dom que até pouco tempo não levava muita fé. Assim foi com a escrita. Mesmo sendo jornalista sempre preferi a comunicação objetiva e coloquial do rádio e da televisão, deixando a mídia impressa para os colegas “mais intelectuais”. Lá no meu interior sabia, no entanto, que estava adormecido um estilo diferente de escrever. Estilo que vocês estão conhecendo. 

Mas a vida é assim, feita de ciclos. Uns terminam e outros começam. E vivo uma fase que nem tinha me dado conta. E esse ciclo novo que estou desvendando, de cozinhar e de escrever, me foi lembrado, por acaso, por um amigo meu, o Tiago. A ficha caiu quando li o seguinte comentário sobre uma foto de uma receita, das várias feitas por mim, e postada por ele no facebook:

- “Deve estar na fase COMER mesmo...depois vai REZAR e AMAR? Rsrsrsrsr”

Bingo! Posso ser a versão masculina do Best Seller “Comer, Rezar, Amar”, da escritora Elizabeth Gilbert, já que me encontro num período "eu". Talvez impulsionado pelos meus 34 anos de idade, já quase chegando aos 35, talvez impulsionado pelos desencontros amorosos ou talvez impulsionado pelos calos que já acumulei ao longo da minha existência. O importante é que virei a página e comecei a reescrever um inédito capítulo da minha história.

O que o meu brother não contava é que, além da fase COMER, já estou, também, na fase REZAR. Sim, escrever aqui, no Limonada Zen, é uma maneira de reza. Transformo em texto sentimentos e pensamentos que me fazem bem, e que podem trazer a você que está lendo, um bem ainda maior. E fazer o bem, para mim ou para o próximo, é uma maneira de rezar.

E olha que vou te falar uma outra coisa: desconfio que já entrei, bem de leve, na fase AMAR. Pelo simples fato de que aprendo a amar a mim mesmo, a cada dia e um pouco mais. Cozinhar e escrever é ficar comigo. É colocar amor naquilo que acredito. Amor próprio que, quem sabe, dará um empurrãozinho para o cupido me descolar um novo grande amor, assim como foi com  “ Liz” , do sucesso “Comer, Rezar, Amar”.

Salmão enrolado em folhas finas de couve com rodelas de tomate e alcaparras. Receita by Adriano Cescani

domingo, 17 de julho de 2011

entre o branco ou o preto, escolha o verde

Alguns dias atrás eu estava atacado, ou melhor, enrolado! Não sabia se eu vestia uma camisa branca ou preta. Não sabia se tomava um café com leite ou um suco de mix de frutas. Não sabia se queria assistir no cinema uma comédia romântica ou um drama. Ai quanta dúvida, meu Deus!! Fiz até enquetes no twitter e facebook para me "desenrolar". Tudo em vão!

Com o passar do dia fui percebendo que as minhas dúvidas não eram dúvidas. As minhas dúvidas, na verdade, eram necessidades por algo novo. Estava cansado de escolher as mesmas opções que a vida me fez gostar mais. É assim com todo mundo.

Nesse mesmo dia confuso das ideias, onde perdi uns 38% de produtividade pensando na melhor alternativa a escolher, tive a certeza que precisamos inovar.  Como assessor de imprensa, tinha que enviar uma nota exclusiva para um veículo. E a desgraceira da dúvida de quem seria o jornalista a receber tal material ficou na minha cabeça por, sei lá, 20 ou 30 minutos.

O colunista "X" ia amar, mas eu já tinha mandado algo para ele um tempo atrás. O colunista "Y" também publicaria, mas na semana que viria pela frente eu teria outro "furo" que combinaria mais com o espaço dele. Enviei a nota para o colunista "W", que sempre é mais complicado de aceitar sugestões de pautas. Bingo! Publicou o assunto e ficou bem satisfeito. Bom, nem preciso dizer que eu fiquei mais satisfeito ainda.

Primeiro porque a informação saiu num ótimo espaço que meu cliente ainda não tinha aparecido. Segundo, e o mais importante para mim, enquanto pessoa física e não jurídica, foi entender que a dúvida pode nos abrir um novo caminho, um novo mundo de possibilidades.

Não sabe se vai para serra ou vai para a praia? Escolha ir para uma outra capital efervescente. Não sabe se come frango ou carne bovina? Peça javali. Abra a mente, fuja do óbvio e experimente novas sensações. Vale a pena!

domingo, 10 de julho de 2011

tentar ou não tentar, eis a questão!

Que a língua portuguesa é complexa, todo mundo sabe! Que uma palavra pode ter vários significados, a maioria sabe! Mas que há verbos que não devem ser empregados em todos os setores da vida, pouca gente sabe! É o caso do "tentar".

Em questões profissionais, por exemplo, a tentativa pode ter êxito. Vou tentar bater a meta do mês. Com mais dedicação ao trabalho, tu consegues alcançar teus objetivos. Tenta e dá certo.

Em questões pessoais o tentar também pode funciona! Tentarei aumentar minha massa muscular. Ok! Hora de aumentar os pesos dos aparelhos da academia. Com mais dedicação ao treino, tu consegues alcançar teus objetivos.

Agora, quando o assunto é coração, o verbo tentar não pode ser empregado! Por uma questão simples: não vai funcionar. E não é ser pessimista e , sim, realista.  Tu já deve ter vivido histórias como as que vou relatar.

A pessoa escolhida era muito querida, agradável visualmente, bem resolvida profissionalmente, mas não te fazia tremer as pernas e não era lá essas coisas na cama, além de ter alguns poréns na personalidade. A tentativa foi feita. Não deu certo porque faltou o clic da paixão e outras coisitas.

A pessoa era bonita, descolada, viajada, boa de cama, boa de papo, mas completamente diferente de ti. A tentativa foi feita. Não deu certo porque faltou a parceria que tanto precisamos e que faz o relacionamento deslanchar.

A pessoa te atira na parede e chama de lagarticha na hora da transa, mas só. A tentativa foi feita. Não deu certo porque faltou todo o resto.

Viu? O natural é quando duas pessoas se aproximam e as coisas vão se encaixando, sem tentativas, esforços e sacrifícios. Tudo anda bem como a brisa que faz o veleiro deslizar pelo mar em dia de sol.
 
E aqui vão duas dicas para saber quando não empregar o "tentar" nas tuas investidas amorosas. A primeira é quando empregares a palavra "mas" com amigos sobre a pessoa em pauta. Pintou o "mas", pintou a dúvida. E a outra, muito mais simples, é quando pensares: eu podia tentar. Tentar é sinônimo de que não aconteceu de primeira. Em ambas situações aceite o fato de que ainda a pessoa certa não apareceu. Sofrerás menos. 


sexta-feira, 1 de julho de 2011

expectativa é como espinha

Não adianta! Por mais que entendemos que expectativas só nos fazem mal e não retratam em nada a realidade, ops, elas surgem como àquele arco-iris no fim de tarde chuvoso: inesperadamente! Partimos do ponto, então, que expectativa é como espinha, pois todos temos ao longo da vida.

Na adolescência, a acne toma conta do nosso rosto e corpo. É o reflexo natural da puberdade. Na juventude, quando começamos a entender a vida como vida, alimentamos todas as expectativas possíveis e impossíveis. É o reflexo natural de quem acredita que o mundo é justo, que as pessoas mudam sua essência e que o Elvis Presley está vivo.

Lá pelos 20 e poucos anos, as espinhas diminuem muito. Aparecem quando exageramos no consumo do chocolate ou durante uma alteração emocional (ficamos nervosos, ansiosos, deprimidos...isso segundo estudos)! Lá pelos 20 e poucos anos, começamos a entender que não é muito legal alimentar expectativas porque sempre nos damos mal, mas, no entanto, continuamos insistindo porque vá que “esse papo de expectativa sempre nos decepciona” seja bobagem. Bobagem é achar que a bobagem é bobagem. No final, sempre quebramos a cara.

Já com três décadas de vivências, as espinhas são esporádicas. Nascem na testa (àquela guampa de touro, sabe?), na parte interna do nariz ou até na orelha. Surgem sem nenhum motivo, aparentemente, para nosso desespero. Assim é com a expectativa a partir dos 30 anos. Sabemos que não podemos alimentá-la. Pezinho no chão porque a vida não é churros. Estamos vacinados contra a tal expectativa. Mas daí, um belo dia, uma bela situação, uma bela pessoa, uma bela informação, pronto: uma bela expectativa. O resultado, óbvio, não poderia ser outro: quebramos a cara, de novo.

Ok. Não vamos dramatizar. Acontece com qualquer otimista. Hora de tratar o problema. Quando surge uma espinha, esperamos ela amadurecer e “pah!”, damos àquela espremida. Adeus acne indesejada. Com a expectativa, fazemos a mesma coisa: “pah!”, damos àquela espremida na nossa consciência para reforçar que o mundo é o mundo, com suas imperfeições, assim, como as espinhas.