quarta-feira, 31 de agosto de 2011

um caçador de lições de vida

Sou um caçador de lições de vida. Adoro aprender com os mais velhos e com quem tem o que ensinar. Leio, ouço e vejo tudo o que pode me fazer uma pessoa melhor. Assistindo ao quadro "O que vi da vida", do programa Fantástico, da Rede Globo, o depoimento do humorista Chico Anysio me fez refletir: “nós, humoristas, somos insubstituíveis...”!

Concordo, em parte! Aquela frase que ninguém é insubstituível - que todos já ouvimos - só pode ter sido criada por um empregador capitalista e que adorava baixar a estima dos funcionários, não é mesmo? Sim, no trabalho, é bem verdade que colegas podem fazer a mesma atividade que a gente. Uns serão menos eficientes, outros exercerão igualmente a tarefa e haverá aqueles superiores no quesito profissão. Mas, aqui entre nós, cada pessoa é uma pessoa diferente. 

Outra coisa: não me venha dizer que namorado ou namorada, marido e mulher, amigos e até familiares podem ser substituídos, e com sucesso! DA ONDE? Achamos que podemos substituir pessoas em nossas vidas. Desculpe, mas não tem como! O que fazemos é acrescentar outras pessoas, mesmo que elas ocupem um papel que já tenha sido ocupado por outro semelhente, o que é bem diferente! Sacou a sutileza?

Mais uma prova da nossa "insubstituição" são nossas mães. Segundo elas, nenhum filho é igual ao outro. Só por essa teoria, já somos únicos. E sendo únicos, somos insubstituíveis. Voltando ao que o Chico Anysio quis dizer, sim, cada humorista é único. Mas nós, jornalistas, advogados, arquitetos, secretárias e qualquer outra profissão, somos únicos. Temos características que ninguém mais possui. Ninguém tem a minha alegria, mesmo sendo alegre. Ninguém tem a minha descontração, mesmo sendo o rei da descontração. Ninguém tem o meu humor terrível quando estou com fome ou sono, mesmo sendo o mais ranzinza possível. Não existe “o Adriano” em nenhuma academia no mundo, assim como não existe “o Adriano” em nenhum ciclo de amizade, não existe “o Adriano” em nenhuma outra cidade do mundo.

Muita gente passou pela minha vida e se foi. Entrei e saí da vida de muitas pessoas. Tive colegas de escola, colegas de profissão, vizinhos de casa, vizinhos de praia, vizinhos de férias, amigos que foram amigos e depois se afastaram, amigos que não eram amigos, amores e desamores. Uffa. Cansei. É fato: fui único para todos. Serei único para os próximos sei-lá-o-quê. Sou único para mim mesmo. Sou insubsittuível ao meu, ao teu e aos corações de quem quer que já tenha me conhecido.

Querido Chico Anysio, desculpe, mas vou refazer a tua frase:

- Nós, seres humanos, somos insubstituíveis!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

a nossa sessão da tarde

Hoje eu passo a entender os motivos por que a Globo exibe há tantos anos a clássica Sessão da Tarde. Porque têm filmes que precisam ser revistos para ficarem guardados na memória. Sejam eles muito bons, com tramas emocionantes e que nos tocam, ou mesmo os muito ruins, para sabermos que existe coisa mal feita por aí.

O que não nos damos conta é que dentro da mente existe uma área que deveríamos acionar quase sempre. Eu a chamo de Sessão da Tarde. Quem já não disse a frase: "Esse filme eu já vi"? Pois é, cheguei onde queria. Somos personagens da vida real, cheia de mocinhos e vilões. Cada ciclo da nossa vida pode ser comparado a uma verdadeira película com início, meio e fim. 

Eu já vivi comédias, dramas, suspense e, é claro, romance em curtas, médias e longas metragens! Sem falar nas desastrosas e divertidas comédias românticas. Acho todas iguais: meladas num primeiro momento, depois enroladas, críticas e dramáticas num terceiro estágio, tristes num quarto período e engraçadas num quinto e bem distante momento, quando tudo já passou!

E quando o assunto é relacionamento amoroso, meus amigos, daí a Sessão da Tarde reprisa que é uma beleza. É impressionante! Esses dias eu disse para mim mesmo a frase: "Esse filme eu já vi", aliás, "Esse filme eu já vivi"! E o final do enredo já visto não foi igual ao da ficção e não batia com o roteiro que eu acreditava ser justo.

Bom, hoje, quando imagino a vinheta com aquela musiquinha que tocava sempre às 15h na Globo, imediatamente, paro tudo o que estou fazendo e sento na primeira poltrona ou cadeira que tiver na minha frente. Respiro fundo e começo a resgatar frame por frame do filme que acredito já ter assistido - vivido. O exercício é ótimo porque tudo vem à tona de novo. É excelente para podermos escolher o final do longa-metragem que nós achamos mais justo. Acho digno EU decidir qual o fim quero para a MINHA história.

Não quero ser James Cameron, Martin Scorsese, Steven Spielberg ou Francis Ford Coppola. Busco apenas construir uma trama que sempre me faça ter vontade de rever na minha Sessão da Tarde. Que seja lembrada pelos momentos de humor, de felicidade, de perseverança, de lutas, de vitórias, de conquistas e de amor.

The End


terça-feira, 23 de agosto de 2011

espelho, espelho meu...

Ela tinha carregado na maquiagem e feito um penteado deslumbrante no salão para ficar linda na festa de aniversário. Ao perguntar para o maridão qual a opinião dele sobre o seu visual, ele foi bem verdadeiro!

- Eu não gostei, tu sabes que te prefiro com menos maquiagem e com o cabelo liso.

Bé bé bé bé (barulho de sirene de emergência) Pronto! Anunciada a terceira Guerra Mundial! Pelo menos naquelas próximas horas. O casal brigou e o momento que era para ser especial se tornou uma noite de chateações! E essa história trouxe a tona o papo de que com mulheres não se pode ser sincero. Elas querem apenas elogios!

Eu arrisco um pouco mais. Ninguém gosta da voz da sinceridade. Você está pronto para ouvir a verdade? Se a resposta for sim, já está mentindo! Da onde que tu és o Papa Bento XVI para largar essa  de que prefere a verdade, sempre a verdade, somente a verdade?!?!

Me considero um cara autêntico e transparente! Sempre acreditei que era bacana e nobre ser honesto com as pessoas e que esse meu ato maduro  me transformava num homem melhor e mais correto.  E ainda, pensava que meus amigos e familiares mudariam suas atitudes depois de ouvirem o que eu tinha a dizer.

 Pura bobagem! Demorei quase 35 anos para entender que a bola não vai ficar mais redonda se eu for sincero. Não estou dizendo aqui que mudei o meu caráter! Nada disso. Continuo sendo o mesmo moço de sempre. Correto com minhas atitudes e decisões. Apenas cansei de dar murro em ponta de faca.

Ou seja, desisti de abrir longas e exaustivas discussões! Quando se fala a verdade, a pessoa que ouve quase sempre vai discordar de você. Na real, nós, os super-sinceros, somos mal-compreendido. Ganhamos apenas cabelos brancos e rugas, que tentamos retardar com cremes especiais!

Por que eu vou dizer pra minha mãe que a blusa florida não fica bem nela se ela AMA estampas assim? Ela vai ficar triste comigo e não vai mudar de roupa!

É fato! As pessoas não querem ouvir a verdade! Querem é receber elogios ou apenas desabafar! Ok. Estou aqui pra isso. A partir de agora guardo a verdade pra mim, diante do espelho do banheiro!!! Falando nisso:

- espelho, espelho meu, tem alguém mais bonito e querido do que eu?

Pera aí, deixa que essa eu respondo!!