quinta-feira, 27 de agosto de 2015

somos tão jovens, mas nem tanto!

Durante uma zapeada pelos canais de televisão me deparei com o filme “Somos Tão Jovens”, que conta o início da trajetória artística do músico Renato Russo. Ok. A produção é de 2013 e só fui assistir em 2015, mesmo considerando-me um fã do artista e um apaixonado pelas letras e composições que ele criou. Não me perguntem por que não fui ao cinema na época, mas também não vem ao caso, não é mesmo?


A produção nacional vai além do conto nada de fadas do Renato e sua legião de conflitos, letras e notas musicais que embalaram uma geração inteira. Eu diria que é uma grande volta ao passado. E quem, assim como eu, cresceu nos anos 80 assistiu ao filme com um elemento a mais: o coração.


Todos os detalhes nos obrigam a abrirmos o nosso álbum de lembranças. Começo pela cenografia: os telefones com disco, as cortinas dos ambientares com estampas floridas, os móveis em madeira, lustres e azulejos ainda com uma pegada setentista. Puxa! Os leitores com mais de 30 anos sabem do que estou falando. E as roupas três números a mais que o nosso manequim? Caracas! Mesmo feias, marcaram uma época, a minha, e quem sabe a nossa, caro internauta. 

Agora, o ponto alto do longa foi mesmo a trilha, que costurou a trama. Abro um parêntese: som sempre atual, diga-se de passagem. A cada canção era como se eu regressasse ao colégio, a festinha da turma, à praia, aos domingos na casa dos meus avós, aos passeios com minha família pela cidade, ao meu quarto escuro da minha adolescência, as minhas dores de cotovelo pelas paixonites não correspondidas, ao ingresso na faculdade, a um passado tão meu.

E escrevo isso não com um ar de melancolia e, sim, com uma carga de saudade. E saudade feliz de um tempo muito vivo na memória. Aliás, as "poesias musicadas" de Russo, que deram o start desse texto, poderiam gerar outro texto, depois outro texto, e mais outro texto, e por aí vai. 

Somos Tão Jovens é mais que um filme, com suas críticas diversas e roteiro raso.  É um documentário da vida de muita gente: do Renato, do Fê, da Ana, do Marcelo, do Adriano..., com um grande detalhe: ele não está disponível apenas na TV ou na internet, mas na nossa memória. Ah! Tem outro ponto importante: o “nosso” Somos Tão Jovens não termina em 1985, como a versão cinematográfica. Ele segue até o hoje e o amanhã, se quisermos.  Somos Tão Jovens nos dá a certeza de que somos tão jovens, mas nem tanto. 

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