segunda-feira, 21 de março de 2022

Volta às aulas exige atenção com alimentação de crianças com diabetes

O início do calendário escolar de 2022, no Estado do Rio Grande do Sul, traz consigo um misto de ansiedade e motivação, tanto por parte dos professores, como de pais e alunos. Este ano, além do novo processo de aprendizagem a ser implementado, também preocupam os cuidados com relação a pandemia de coronavírus, no ambiente escolar. As crianças, ávidas por esse retorno ao processo de socialização das quais foram excluídas em função do isolamento social, enfrentam agora, inúmeros desafios.

Os pais de filhos com diabetes expõem-se, igualmente, a uma preocupação adicional. A alimentação das crianças. Que representa um dos pilares do tratamento do diabetes, especialmente, pela necessidade do controle dos índices da glicemia. Associado a isso, está um cronograma de horários para a realização das refeições e a seleção de alimentos saudáveis. Além da prática regular de exercícios físicos, planejados por pais e mentores educacionais. A responsabilidade é solidária. E deve ser compartilhada por todos.

O alerta vem do Instituto da Criança com Diabetes do Rio Grande do Sul (ICD/RS). Que viu, nos últimos tempos, aumentar o número de informações concedidas aos responsáveis em torno da temática da alimentação, sobretudo, em decorrência da pandemia. Além disso, pesquisas realizadas pela International Diabetes Federation (IDF), projetam um aumento elevado no número de casos de diabetes tipo 1 e 2 em crianças e jovens até 19 anos. O atlas, divulgado bianualmente pelo IDF, mostra que mais de 537 milhões de pessoas convivem com a doença no mundo. O Brasil é o sexto país neste ranking global. Apenas no Rio Grande do Sul, são mais de 9 mil pessoas abaixo dos 20 anos que convivem com o diabetes tipo 1. Cerca de 40% de toda esta demanda é atendida pela instituição.

Dr. Balduino Tschiedel, médico endocrinologista e Diretor Presidente do Instituto da Criança com Diabetes diz que, agora, com o retorno dos alunos para a sala de aula, cabe aos pais, em conjunto com os filhos e professores, um olhar mais atento com relação ao que estão ingerindo. Um cuidado especial também é válido para refeições compartilhadas com outros colegas e nas merendas escolares oferecidas, que nem sempre atendem às expectativas de alimentação recomendada aos diabéticos. Além de um bom diálogo, entre a família e a escola. “É um momento eufórico. E em alguns casos, é na comida que os alunos, fora do olhar rigoroso dos pais, acabam caindo para substituir ou amenizar frustrações. Essa situação contribui, de forma direta, para atrapalhar o tratamento do diabetes”, enfatiza.

Segundo a nutricionista Carla Molz, que faz parte da equipe interdisciplinar do ICD, recomenda-se que pais e filhos planejem um cardápio semanal e incluam os itens na sua lista de compras, tais como: frutas frescas da estação, lácteos, pães e biscoitos integrais, lembrando que as quantidades devem ser as que foram ajustadas no plano alimentar, o que é individual para cada criança. Outro detalhe importante, sinalizado pela profissional, está na comunicação frequente entre pais e crianças. Saber como foi a rotina escolar e as novidades é uma maneira investigativa para antecipar futuros problemas decorrentes com a saúde das crianças com diabetes.



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