Bah! O trânsito de Porto Alegre está caótico. Existem muitos, muitos e muitos veículos trafegando por aí. As vias são estreitas, há sinaleiras em excesso e fiscalização eletrônica a rodo, como se conseguíssemos andar em alta velocidade. Somado a tudo isso estão os motoristas “manetas” ou, para quem fica ofendido, “os sem noção de espaço” – e com habilitação, o que é pior! É de chorar no cantinho ouvindo a música “Oceano”, de Djvan.
Ok! As pessoas não são obrigadas a dirigir como o Ayrton Senna, mas poderiam se comportar como a Lady Diana, com muita educação. Digo isso, porque tem um fator gravíssimo congestionando o raciocínio da humanidade: o egoísmo. No trânsito, a única coisa que importa para o motorista é o carro dele. Como canta Paula Toller, do Kid Abelha, “…os outros são os outros e só”!
Numa bela manhã, um belo engarrafamento brota do nada numa estreita avenida da capital gaúcha. E eu fico preso nele, já na largada do dia. Uma balzaquiana anda com o carro basicamente no meio da via. Onde passaria dois carros, naquele momento só um trafegava. Eu pergunto: por quê? Era só colocar o carro mais para a esquerda! Mas não, tinha que parar entre as faixas. Viram, o egoísmo é muito maior que a solidaderiedade e a manutenção da civilização.
Ao tentar ultrapassar, devagar, o espelho retrovisor do meu carro encostou no dela. BUUUUMMM! Uma bomba explodiu naquele veículo e ela surtou. Gesticulava e falava muito alto. Educadamente abro meu vidro e digo:
- Calma! A senhora poderia respeitar os sinais de trânsito e andar apenas na sua faixa para não aumentar ainda mais o engarrafamento!
Nervosa, aos prantos, ela gritou pra mim:
- Vai t$ f@&E kdeuhdakaidkxldo… sai de casa mais cedo!!!
Uia! É prepotência do ser humano achar que pode mandar no outro. Eu saio de casa a hora que eu quero, primeiro. Em segundo lugar, não é uma questão de atraso e, sim, de respeito ao próximo. Não temos o direito de atrapalhar a vida do cidadão, principalmente, em via pública. Todos têm o direito de ir e vir livremente. Em terceiro, tá nervosa vai pescar!
Naquele dia ficou claro para mim que NÃO preciso me estressar – e NÃO vou – com gente que NÃO sabe conviver em grupo. Descobri que pode ser muito mais interessante fazer trajetos novos e, de preferência, em ruas e avenidas mais largas. Depois disso, nunca mais me deparei com problemas desse tipo, pelo menos nos horários de pico.
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