Eu li uma frase que me fez rir muito: “fácil é matar um leão por dia, difícil é desviar das antas”! Entenda por “antas” as pessoas que, de uma maneira ampla, tiram a nossa tão sensível e quase escassa paciência. Às vezes tenho a impressão – e rezo para que essa sensação não seja verídica – que o mundo tem mais gente anti-social ou exageradamente sociável do que equilibrada.
É o síndico do prédio um senhor ranzinza. É o caixa da padaria que sempre quer te dar balas ao invés de moedas como troco e faz cara feia quando reclamamos. É a faxineira da academia que fica limpando o aparelho que estamos usando. É o colega azedo de trabalho. É o gerente do banco mal-humorado. É a fofoqueira do pilates. É o esnobe do chefe. É o motorista que nos corta no trânsito. É o primo invejoso. É o amigo que posta nas redes sociais o que está fazendo a cada minuto como se fosse o mais feliz do mundo… Bem, eu poderia passar horas, literalmente, listando comportamentos que nos deixam, no mínimo, incomodados e com cara de “Ai Meu Deus”.
E é tanta energia ruim que absorvemos durante um único dia que nossa alma é invadida pela bactéria da tolerância zero. Inconscientemente não agüentamos tanta pressão e, do nada, passamos a criticar todos e tudo. Ou seja, entramos na onda que não queremos surfar. Baixamos o pau, sem critérios, como forma de desestressar – ou de falar mal mesmo. Só que não nos damos conta de quanto isso não é legal nem benéfico para saúde.
Com o passar do tempo percebi que essa terapia do “soltar o verbo” era equivocada e que o resultado era contrário ao que esperava. Eu não ficava mais leve com tal atitude pequena. Não gostava mais que quem eu era.
Decidi, então, controlar minha mente para não criticar por criticar ninguém nem nada. Se a pessoa age de tal maneira, problema é dela! Tenho que confessar que é um exercício diário de muita boa vontade e dedicação. Não é fácil passar por um cidadão desagradável e abstrair, como se morássemos na terra dos Smurfs – onde todos se amam de paixão, se respeitam e são amigos.
Quando alguém faz fofoca de outra pessoa, mudo de assunto. Ao encontrar uma pessoa com uma “vibe” no pé, procuro despistar. É muito bom quando consigo “agachar e a andar” para os malas. Primeiro, porque se eles não mudam, mudo eu. Segundo, porque não vou perder meu precioso tempo por quem não vale a pena. Terceiro, não sou igual a eles. Quarto, quero ser um cara melhor!
Desviar das antas é necessário. Desviar mentalmente das antas é fundamental. Mas não se preocupe caso, em algum momento, tu desandares a falar mal de um parente, amigo ou situação. Não somos perfeitos e, às vezes, será inevitável o falatório. O importante é entender que controlar a mente para o bem é um exercício diário que vale o esforço. Boa sorte!
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