Estava eu conversando com os meus botões e descobri que todo mundo tem um pouco de arquiteto e engenheiro no sangue. Sim, me refiro a ti mesmo que é médico, secretária, jornalista, advogado, dentista e ou qualquer outra profissão. Ohhh! Já aviso àqueles sindicalistas de plantão – que adoram uma confusão – que não venham querer nosso registro porque não temos. E nem pensem em nos multar por exercer a profissão de forma irregular. Somos arquitetos e engenheiros por natureza.
Pensem comigo. Passamos a vida inteira construindo a nossa própria vida. Tem gente que morre sem ter feito tudo o que queria. Há àqueles que dizem que se partissem dessa para melhor hoje, já iriam felizes. Sem dúvida, o planejamento da nossa trajetória é o maior e mais ousado projeto que temos e, por isso, usamos a sensibilidade e o bom gosto do arquiteto. Quando pensamos na “planta baixa” dessa nossa vida, queremos uma base sólida, com família, amigos e um relacionamento estável. Já na “planta alta” buscamos um trabalho bacana, de preferência bem remunerado, uma casa linda e àquele carrão na garagem. Nos planos de ser feliz, não poderia faltar a decoração. O lazer, a diversão e as viagens dão um colorido e um acabamento interno todo especial na gente, não é mesmo?
Mas infelizmente, às vezes, deixamos o lado frio e calculista do engenheiro tomar conta da nossa personalidade quando menos percebemos, ou quando precisamos. Há momentos que é imprescindível ser “preciso” em atitudes e decisões. Às vezes não nos damos conta que na vida 2 + 2 são 4. Na vida, 2 + 2 não poder ser 5. É fato! É realidade. É matemática. Num erro de cálculo, que pode ser um gesto, uma palavra, uma fraqueza, implodimos “tudo” numa velocidade absurda. Conseguimos destruir o que projetamos e demoramos tempo para erguer.
O pior é quando permitimos que outro engenheiro meta o bedelho onde não é chamado. Ele entra no nosso projeto, faz uma “m…a” e coloca abaixo o que estamos construindo. Esse é um dos maiores erros que cometemos, na minha opinião. Num piscar de olhos, sonhos e desejos podem sumir dentro da poeira de uma implosão. Ficamos tristes ao vermos nossos planos sumirem em uma nuvem cinza e debaixo de entulhos.
Desabamentos são mais comuns do que imaginamos. Desabamentos são inevitáveis. E quando nossos projetos são destruídos, não há muito que fazer. É olhar os entulhos, respirar fundo, mirar no horizonte e projetar o futuro. O negócio é colocar na gente os tapumes com os seguintes dizeres: em breve aqui novo empreendimento. Hora de começar tudo de novo. Afinal, nascemos com essa aptidão.
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