quarta-feira, 3 de setembro de 2014

as correntezas do destino!

O homem não é peixe por um detalhe! Parece que nasceu para “remar” -leia-se, também, nadar contra a corrente-. Se pensarmos um pouco, todos nós passamos a vida remando. Remamos para aprender a caminhar, a falar, a escrever, a andar de bicicleta, a dar o primeiro beijo, a ter a primeira transa, a perder peso, a parar de fumar, conquistar a tal promoção no trabalho, etc! Para a maioria das pessoas, creio, as conquistas vêm depois de muitoooo sacrifício. Isso quando vem.
Zapeando pela televisão parei no canal Discovery Chanel. Um documentário contava a história de um mergulhador profissional que ficou 3 dias e 2 noites em alto mar depois de ser esquecido durante um mergulho em grupo. A agonia do homem foi reconstituída como prova de que temos destino e é ele quem dá o rumo da nossa vida. Segundo especialistas, ninguém sobrevive tanto tempo dentro do oceano, sem beber água potável, sem comer, tendo feridas se abrindo na pele por causa do sal em contato com o sol e sofrendo de hipotermia. Mas àquele homem sobreviveu.
O que mais me chamou a atenção é que o mergulhador, ao longo destes dias à deriva, o que mais fez foi remar. Avistou a terra firme algumas vezes, mas nunca chegou a tocá-la. A correnteza não permitiu que aquele cara experiente na profissão fizesse com êxito o que mais sabia: nadar. Remou, mas remou até a exaustão!
Depois de usar todas as forças, sem sucesso, entregou os pontos. Desistiu de lutar contra a maré. Como um pedaço de madeira boiando em alto mar, se deixou levar, esperando apenas a única saída, a morte. O que mal sabia ele, já inconsciente, é que a própria corrente, que o impedira de chegar até a terra, foi a mesma que o levou de volta ao lugar onde foi esquecido e onde estavam as equipes de salvamento. Ele desistiu da vida, mas ela não desistiu dele. Estava salvo. Isso é destino!
O final feliz desta história verídica nos faz refletir que o que passou dentro do mar é semelhante na terra firme. Queremos muito chegar a um lugar e, para isso, “nadamos” incansavelmente. O que não nos damos conta é que também no solo temos as correntezas, que ora estão a nosso favor, ora contra a gente.
Há pessoas que remam mais que outras. Tem gente que consegue chegar ao destino final, remando. Tem gente que rema, mas morre na praia. É! Remar significa que tentamos sair do lugar, buscar coisas novas e melhores pra nós. Hoje acredito, mesmo remando muito, que as correntezas da vida é que vão decidir para onde vamos. Se é para onde queremos ir ou se é para onde as correntes querem nos levar.

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