quarta-feira, 3 de setembro de 2014

idade da confusão!

Penso…
- Será que caso ou compro uma bicicleta?
Respondo…
Não sei.
Essa pergunta – um clichê que todo mundo já ouviu pelo menos uma vez – representa o meu atual momento de vida. Mas a dúvida que impera neste corpo aqui é tão grande que faço questão em responder o absurdo com hashtag: #nãosei. Simples assim!
Conversando com a querida amiga Karina Chaves, que assim como eu aprecia um café expresso com filosofia cotidiana, ela me diz que estamos na idade da confusão. Não tinha me dado conta disso. Sabia que não tinha, meses pra cá, a resposta para muitas das minhas perguntas. Nós – eu e a Karina – já fizemos 30 anos algum tempo, logo, a crise da terceira década de existência já passou. Aliás, vamos combinar que quando se entra nos “inta” o que mais pega na gente é justamente a mudança na classificação “sócio-etária”, quando passamos de “jovens” para “balzaquianos”, além de começar a sentir as mudanças visíveis no corpo, é claro. Ok! Nada muito acentuado, porém, bem presente.
Depois dos 35, já superada essa crise de transição, chega a confusão mental que dá o título ao post. Falo das dúvidas que temos do acordar até a hora de dormir. Quem não é casado ainda, não sabe se vai quer casar um dia. Quem já se separou, não sabe se quer casar de novo. Quem tem filho, não sabe se quer ter outra cria. Quem não tem um, não sabe se vai querer filhos. Quem ainda mora sozinho, não sabe se vai querer morar com alguém mais adiante. Quem mora de aluguel não sabe se compra um “apertamento” ou faz uma viagem internacional. Quem tá no emprego há 10 anos, não sabe se vale a pena sair agora da empresa, se já não tá muito velho pro mercado. E por aí vai…
Temos muitas vontades e desejos. Temos muitos sonhos. Temos muitas certezas e até segurança. Temos autonomia. Temos tudo isso junto. Temos a faca e o queijo na mão. Talvez seja esse o problema, de ter tudo e estar pronto para tomarmos as decisões, que agora, na etapa da vida, serão definitivas – ou pelo menos bem perto disso. É fato, nosso relógio biológico já ultrapassou os ponteiros do “depois penso nisso, ainda sou jovem”.
Se optar em não me casar, como manda o figurino, corro o risco de ficar solteirão. Se optar em não ter filhos, corro o risco de não dar seqüência à família. Se optar em sair do aluguel, meu destino pode ser um “apertamento” financiado em 30 longos anos. Se optar em desbravar o mundo, corro o risco de viver no aluguel. Tudo bem, nada é pra sempre e entendo que não precisamos ser “8 ou 80”. Mas, na prática, queremos agir como “8 ou 80”.
Não sei. Ponto. Pedro Bial já disse que tem gente com 40 anos que ainda não sabe o que quer. Espero que até lá eu já saiba e tenha saído da idade da confusão. Esse é o meu desejo. Enquanto isso vou levando a vida como dá, dentro das minhas possibilidades, administrando as dúvidas aos poucos, até as respostas chegarem. Se não sei se quero casar, vou ao cinema. Se não sei se quero ter filhos, vou correr. Se não sei se quero comprar uma casa ou viajar, vou ler um livro. Pelo menos uma coisa boa os “inta” nos dão: uma certa tranqüilidade e estabilidade emocional para lidar com o que nos incomoda.

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